Prepare-se para Ler a Bíblia: Uma Reflexão Sobre a Maldade e a Comunhão com Deus
No post de hoje, vamos refletir à luz da Palavra de Deus.
Jesus chamou novamente a multidão para junto de si e disse:
> “Ouçam-me todos e entendam:
> Não há nada fora do homem que, nele entrando, possa torná-lo impuro. Ao contrário, o que sai do homem é o que o torna impuro.
> Depois de deixar a multidão e entrar em casa, os discípulos lhe pediram explicação da parábola.
> — Vocês também não entenderam? — perguntou Jesus. — Não percebem que o que entra no homem não pode torná-lo impuro? Porque não entra no seu coração, mas no estômago, e depois é eliminado.
> Ao dizer isso, Jesus declarou puros todos os alimentos. E continuou:
> — O que sai do homem é o que o contamina. Pois do coração dos homens procedem os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez.
> Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem impuro.”
> *(Marcos 7:14–23)*
Deus criou o homem, e criou também a justiça. A maldade, porém, não foi criada para o homem, mas como consequência da desobediência.
O ser humano foi criado para ter comunhão com Deus — para que Deus habitasse dentro dele. Essa comunhão é expressa também no relacionamento com o próximo, reconhecendo Deus no outro.
> “Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.
> Desta forma, o amor está aperfeiçoado entre nós, para que, no dia do juízo, tenhamos confiança, porque neste mundo somos como Jesus.
> No amor não há medo; pelo contrário, o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo implica castigo.
> Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.
> Nós amamos porque ele nos amou primeiro.
> Se alguém disser: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.”
> *(1 João 4:16–20)*
Se a Bíblia afirma que a maldade vem do coração do homem, e se o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, então a maldade não fazia parte da criação original. Vejamos:
> “O Senhor é justo em todos os seus caminhos
> e bondoso em tudo o que faz.” *(Salmos 145:17)*
Logo, a maldade não foi colocada no homem por Deus. Ela entrou quando o homem, dotado de livre-arbítrio, escolheu desobedecer.
Deus criou o homem como vaso para ser preenchido por Ele — com a liberdade de escolher. Para compreender o que é o bem, é necessário o contraste com o mal. A criação é baseada em polos opostos — luz e trevas, vida e morte, obediência e rebeldia.
Deus é o bem absoluto. Satanás, o opositor, representa tudo o que é contrário a Ele. Entre esses extremos, está o homem — criado com a capacidade de decidir, não sendo Deus, nem sendo o mal.
O propósito da criação do homem era a comunhão com Deus. Ele não precisaria escolher entre o bem e o mal, pois, sendo imagem de Deus, sua natureza era boa. O homem precisava apenas obedecer. Mas, ao desobedecer, o mal entrou. O coração — morada espiritual de Deus — foi manchado, e a comunhão foi rompida.
O espírito humano, feito para abrigar o Espírito de Deus, morreu. O homem se tornou apenas “alma vivente”, desconectado espiritualmente. A partir daí, perdeu-se a sensibilidade espiritual. Tornamo-nos seres espirituais aprisionados em uma carne vendida ao pecado.
Quem vendeu o homem? A própria justiça de Deus:
> “No dia em que dela comer, certamente morrerás.” *(Gênesis 2:17)*
Satanás teve o direito de aplicar a morte por causa da desobediência. E se não fosse pelo fato de essa escolha ter vindo através do engano, estaríamos todos aniquilados. Mas Deus, em sua justiça e misericórdia, concede ao homem um tempo de redenção.
O diabo se alimenta da morte do homem, como diz a Escritura:
> “Comerás pó todos os dias da tua vida.” *(Gênesis 3:14)*
O pó é o homem.
Embora saibamos o que é certo — porque isso está impresso em nosso coração —, há dentro de nós um inimigo invisível: o engano. Desde o Éden, ele continua operando.
> “Eis que coloco diante de vocês o caminho da vida e da morte. Escolham, pois, a vida.” *(Deuteronômio 30:19)*
A árvore do conhecimento do bem e do mal representa justamente isso: só podemos escolher aquilo que conhecemos. E o homem só teve consciência do bem e do mal após comer do fruto — e então soube que desobedeceu, soube que morreu espiritualmente.
Antes, Deus visitava o homem de dentro do seu coração. Depois do pecado, passou a se manifestar de fora — por meio de anjos, profetas, sinais. No entanto, os anjos caídos também falam — e imitam a voz de Deus.
Mesmo com o decreto de morte, Deus, em sua misericórdia, permite tempo para redenção. Ele continua se revelando ao homem, abrindo caminho para a verdade, sem violar o livre-arbítrio. Ele respeita o domínio que deu ao homem sobre a Terra, mesmo quando escolhemos o mal.
Ainda que tenhamos livre-arbítrio, fomos criados para depender uns dos outros. Os dons são distribuídos e cada um tem sua função na criação. Quando muitos escolhem o mal, o sistema inteiro sofre. Mas os planos de Deus não podem ser frustrados.
O Reino de Deus é formado por aqueles que escolhem obedecê-Lo. A alegria completa está na comunhão com Ele — e com o outro — reconhecendo que Deus habita em nós e em nossos irmãos.
O pecado e o sofrimento pertencem à desobediência — não ao homem.
Se a misericórdia de Deus nos alcançou mesmo em pecado, que possamos ser pontes de luz entre os perdidos e o Senhor. Vivemos por Ele — não por nós mesmos.
Sabemos que o ser humano é um vaso, e muitos estão cegos. Deus escolheu falar por meio de nossas bocas, porque os pensamentos humanos estão dominados pelo engano. O coração humano é enganoso — foi vendido ao inimigo.
Em que, então, podemos confiar?
Deus, em sua sabedoria, nos deu:
1. A consciência do certo e do errado
2. A inspiração dos justos
3. Sua Palavra escrita, através de homens que O obedeceram
4. E finalmente, Seu próprio Filho
> “Quem crer será salvo.” *(Marcos 16:16)*
> “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo.” *(Romanos 10:17)*
Crer em Jesus é a escolha que nos resta. Nossa fé se expressa em nossas atitudes. Crer é obedecer. Crer é escolher o bem.
Mesmo com o Espírito Santo e a Bíblia, o engano ainda opera neste mundo. Por isso, a decisão agora é de fé: crer ou não em Jesus.
Crer em Jesus nos revela a vontade de Deus, gera arrependimento e nos transforma. Nosso comportamento é a evidência da nossa fé — mesmo que o discernimento entre o bem e o mal se torne mais sutil com o tempo, à medida que o engano tenta imitar a verdade.
A Palavra de Deus — viva, eficaz, forjada com sacrifício — nos foi entregue pelos obedientes. E só pode ser compreendida por aqueles que recebem o Espírito Santo.
A Bíblia não faz sentido para os desobedientes. Só se revela aos filhos da obediência.
Por isso, enquanto vivermos, sejamos fiéis. Ainda que o mundo exalte fama, poder ou até mesmo autoridade religiosa, somente a obediência nos mantém no caminho.
O Reino dos Céus pertence àqueles que reconhecem o senhorio de Jesus Cristo, obedecem Sua Palavra, não se curvam ao dinheiro, nem ao acaso, e temem apenas a Deus.
> “A boca fala do que está cheio o coração.” *(Lucas 6:45)*
Que nossos corações estejam cheios da Palavra. Que a Bíblia seja nossa direção. Que vivamos bem nesta terra — enquanto aguardamos o glorioso Dia do Senhor.
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